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Obesidade infantil: causas, complicações e tratamento

Obesidade infantil: causas, complicações e tratamento

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É importante reconhecer que a obesidade infantil pode aumentar as chances de doenças cardiovasculares, diabetes, colesterol alto e bullying, além de perder algumas das atividades mais importantes dessa fase da vida, que é a de brincar. Em 2022, o relatório público do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional, com dados de pessoas acompanhadas na Atenção Primária à Saúde, apontou que cerca de 340 mil crianças de 5 a 10 anos de idade foram diagnosticadas com obesidade. 

No entanto, como você consegue saber se seu filho está apenas “fofinho” ou obeso? Como conseguir lidar com essas situações para reduzir as consequências e garantir que a criança seja criada em um ambiente saudável? Para evitar o agravamento do quadro, as crianças com obesidade também precisam de atenção e cuidados redobrados.

Quais são os sinais e sintomas da obesidade infantil?

como você consegue saber se seu filho está apenas "fofinho" ou obeso?
como você consegue saber se seu filho está apenas “fofinho” ou obeso?

Além do excesso de peso corporal, os sinais e sintomas típicos da obesidade infantil incluem:

  • Falta de ar
  • Fadiga
  • Aumento da transpiração
  • Apneia do sono e ronco
  • dor nas articulações
  • Quadris deslocados
  • Pés chatos e joelhos batidos
  • Erupções cutâneas e irritação
  • Estrias nos quadris, abdômen e costas (embora também possam ocorrer em crianças não obesas)
  • Acantose nigricans, que é a pele escura e aveludada ao redor do pescoço e em outras áreas
  • Tecido adiposo na área da mama (que pode ser particularmente desafiador para os meninos)
  • Constipação
  • Refluxo gastroesofágico (também chamado de refluxo ácido)
  • Puberdade precoce em meninas
  • Puberdade atrasada em meninos

Felizmente, a obesidade em crianças geralmente pode ser tratada por meio de mudanças na dieta e no estilo de vida. Essas mudanças são importantes porque as crianças que têm obesidade provavelmente permanecerão obesas na idade adulta e são mais propensas a desenvolver problemas físicos relacionados ao peso, como diabetes, pressão alta e doenças cardiovasculares e hepáticas. A obesidade também pode ter efeitos psicológicos devastadores em crianças e adultos, incluindo baixa confiança, isolamento social e depressão.

Além desses ajustes, o novo guideline de obesidade infantil recém lançado apontou que na obesidade infantil o tratamento medicamentoso, quando necessário, não deve ser postergado. Se para os adultos emagrecer é uma realidade difícil para uma criança que possui variadas demandas em seu metabolismo devido a sua fase de crescimento, a complexidade é ainda maior.

Como é definida a obesidade infantil?

A obesidade infantil é determinada comparando seu índice de massa corporal (IMC) com o de outras crianças de sua idade e sexo. Isso é diferente de como a obesidade é determinada em adultos, que depende apenas da medição do IMC da pessoa. O IMC é uma medida do peso em relação à altura e é calculado dividindo o peso de uma pessoa em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Clique aqui e verifique o IMC da criança. 

Se para os adultos emagrecer é uma realidade difícil para uma criança  a complexidade é ainda maior.
Se para os adultos emagrecer é uma realidade difícil para uma criança a complexidade é ainda maior.

Causas da Obesidade Infantil

No nível mais básico, as crianças – assim como os adultos – desenvolvem obesidade quando ingerem mais calorias do que seus corpos usam, o que é chamado de “desequilíbrio energético”. Isso pode ser causado por uma variedade de fatores, incluindo genética, hormônios, composição metabólica e fatores médicos. Quando uma criança desenvolve obesidade, geralmente ocorre por meio de uma interação complexa desses e de outros fatores, incluindo dieta, estilo de vida e condições ambientais.

Em outras palavras, certas características genéticas podem causar uma tendência maior à obesidade, mas se uma criança se alimenta de forma saudável e faz muito exercício, o gene não se expressa e a criança pode manter um peso dentro da faixa normal. Aqui está uma análise mais detalhada de vários fatores que causam obesidade em crianças ou são conhecidos por aumentar o risco de uma criança se tornar obesa.

O primeiro passo em direção à perda de peso e a um estilo de vida mais saudável se dá por meio de um ajuste nos hábitos e rotina dentro de casa.
O primeiro passo em direção à perda de peso e a um estilo de vida mais saudável se dá por meio de um ajuste nos hábitos e rotina dentro de casa.

Fatores Comportamentais: 

  • Comer alimentos e bebidas com alto teor calórico e baixo teor de nutrientes, como fast-food, salgadinhos, doces e refrigerantes
  • Comer muita comida
  • Passar muito tempo sentado assistindo TV ou usando um computador, tablet ou telefone
  • Não fazer exercício suficiente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que crianças de 2 a 5 anos façam, pelo menos, duas horas de atividade física por dia. Já para as crianças de 5 a 17 anos, o indicado é uma hora por dia 
  • Fatores Ambientais
  • Falta de acesso fácil à escolha de alimentos saudáveis.
  • Ser servido regularmente refeições com alto teor calórico e baixo teor de nutrientes.
  • Falta de ampla oportunidade para atividade física.
  • Falta de acesso a parques seguros, playgrounds ou outras áreas para atividade física.
  • Poucos ou nenhum amigo ou família com quem brincar e se exercitar.
  • Exposição a marketing direcionado que promove junk food e fast food, videogames e um estilo de vida sedentário.

Tratamento

Se você está preocupado com o fato de seu filho estar com sobrepeso ou obesidade, marque uma consulta com um médico endocrinologista. Somente por meio de um acompanhamento de qualidade será considerado todos os fatores que compõem o diagnóstico de obesidade e o ajudarão a determinar se o ganho de peso de seu filho é saudável ou se está colocando sua saúde em risco.

Além do acompanhamento médico e de um nutricionista, o papel da família é fundamental no desenvolvimento da saúde dessa criança. O primeiro passo em direção à perda de peso e a um estilo de vida mais saudável se dá por meio de um ajuste nos hábitos e rotina dentro de casa.  Para melhorar a saúde das crianças gordinhas e obesas, é necessário ter uma alimentação balanceada e nutritiva, evitar alimentos gordurosos e calóricos e estimular a atividade física.

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